sábado, 26 de outubro de 2013

MENTALIZAÇÃO E A TÉCNICA DOS ATLETAS DE FUTEBOL


 UMA ANÁLISE DO CASO PATO NO ÚLTIMO JOGO CONTRA O GRÊMIO.

Você provavelmente já ouviu diferentes termos que descrevem a preparação mental de um atleta para competição, incluindo visualização, ensaio mental, imagens mentais e prática mental. Esses termos referem-se á criação ou recriação de uma experiência na mente. O processo envolve recuperar na memória fragmentos de informação armazenados de experiências passadas e moldá-los em imagens significativas para na hora da aplicação de uma determinada técnica como a cavadinha no pênalti o sucesso estar garantido, pelo menos no aspecto psicológico, que de certa forma acaba influenciando todo gesto motor.

O jogador Pato, ao desperdiçar a cobrança de seu pênalti no último confronto com o Grêmio pela Copa Perdigão do Brasil, apresentou sinais de pouco treinamento psicológico no campo das mentalizações, e conforme suas declarações ele havia treinado fisicamente o gesto motor de cobrança no meio do gol, deixando de fora a realização da tarefa dentro da mente. Sendo assim, com o foco de cavar no meio do gol, o chute saiu fraco e sem eficácia, levando a equipe à desclassificação da competição.

                                  

Pato durante o jogo conta o Grêmio 
Foto: Marcelo Campos / MC10


Um jogador de futebol, deve ter em mente que sua preparação psicológica servirá de apoio nos momentos de adversidades intensas, onde seus resultados serão interpretados e classificados de forma a marcar toda sua história esportiva.

Antes de jogar, o atleta deve ensaiar cuidadosamente o que pode acontecer e como irá reagir em certas situações que envolvem uma decisão esportiva. Se visualizando dentro do campo com base no estilo de jogo dos adversários que irá enfrentar, ele pode construir na mente um chute veloz com a bola chegando ao fundo da rede, uma jogada ou passe decisivo, os gritos da torcida e os abraços de seus companheiros. Este treinamento pode ajuda-lo a se preparar para uma partida decisiva e faz com que o jogador construa uma percepção de que ele já tenha jogado essa partida cristalizando o sucesso da ação antes de ela acontecer realmente na prática.

A natureza da tarefa que Pato realizou no pênalti e o nível de habilidade que ele apresenta podem ter seu desempenho aumentado com a visualização mental. Atletas altamente qualificados apresentam efeitos cognitivo-esportivo mais positivo em situações decisivas. Para não repetir na memória o papel de vilão na próxima oportunidade, Pato deve transformar a frustração da cavadinha em intensivos treinos de visualização e mentalização, caso contrário será lembrado com o eterno displicente em cobranças de pênalti.

Rafael Campos- Master Coaching, Psicólogo e Profissional de Educação Física.