UMA ANÁLISE DO CASO PATO NO ÚLTIMO JOGO CONTRA O GRÊMIO.
Você
provavelmente já ouviu diferentes termos que descrevem a preparação mental de
um atleta para competição, incluindo visualização, ensaio mental, imagens
mentais e prática mental. Esses termos referem-se á criação ou recriação de uma
experiência na mente. O processo envolve recuperar na memória fragmentos de
informação armazenados de experiências passadas e moldá-los em imagens
significativas para na hora da aplicação de uma determinada técnica como a
cavadinha no pênalti o sucesso estar garantido, pelo menos no aspecto
psicológico, que de certa forma acaba influenciando todo gesto motor.
O
jogador Pato, ao desperdiçar a cobrança de seu pênalti no último confronto com
o Grêmio pela Copa Perdigão do Brasil, apresentou sinais de pouco treinamento
psicológico no campo das mentalizações, e conforme suas declarações ele havia
treinado fisicamente o gesto motor de cobrança no meio do gol, deixando de fora
a realização da tarefa dentro da mente. Sendo assim, com o foco de cavar no
meio do gol, o chute saiu fraco e sem eficácia, levando a equipe à
desclassificação da competição.
Pato durante o jogo conta o Grêmio
Foto: Marcelo Campos / MC10
Um
jogador de futebol, deve ter em mente que sua preparação
psicológica servirá de apoio nos momentos de adversidades intensas, onde seus
resultados serão interpretados e classificados de forma a marcar toda sua
história esportiva.
Antes
de jogar, o atleta deve ensaiar cuidadosamente o que pode acontecer e como irá
reagir em certas situações que envolvem uma decisão esportiva. Se visualizando
dentro do campo com base no estilo de jogo dos adversários que irá enfrentar, ele
pode construir na mente um chute veloz com a bola chegando ao fundo da rede, uma
jogada ou passe decisivo, os gritos da torcida e os abraços de seus companheiros.
Este treinamento pode ajuda-lo a se preparar para uma partida decisiva e faz
com que o jogador construa uma percepção de que ele já tenha jogado essa
partida cristalizando o sucesso da ação antes de ela acontecer realmente na
prática.
A
natureza da tarefa que Pato realizou no pênalti e o nível de habilidade que ele
apresenta podem ter seu desempenho aumentado com a visualização mental. Atletas
altamente qualificados apresentam efeitos cognitivo-esportivo mais positivo em
situações decisivas. Para não repetir na memória o papel de vilão na próxima oportunidade,
Pato deve transformar a frustração da cavadinha em intensivos treinos de
visualização e mentalização, caso contrário será lembrado com o eterno
displicente em cobranças de pênalti.
Rafael Campos- Master
Coaching, Psicólogo e Profissional de Educação Física.
Contato: camposr75@yahoo.com.br