domingo, 19 de maio de 2013

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO FUTEBOL




                        

       De acordo com BRANDÃO (2012), os treinadores de futebol, em suas temporadas anuais são lançados a desafios de gestão de grupo, metas, motivação, organização, comunicação, e muitas vezes a presença do psicólogo esportivo é dispensada na elaboração do processo de treinamento. Os jogadores de futebol são submetidos à alta carga de treinamento, ocasionando stress emocional, ansiedade e declínio psicológico diante das dificuldades.
                          
                     

       Conforme GOLEMAN, (2002). O controle das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da Inteligência emocional. Não há loteria genética a definir vitoriosos e fracassados no jogo da vida esportiva. Embora haja pontos que determinam o temperamento, muitos circuitos cerebrais são maleáveis, portanto, temperamento não é destino. A incapacidade de lidar com as próprias emoções pode destruir vidas e carreiras porque o controle dos impulsos emocionais é a base da força de vontade e do caráter. Segundo estudos apresentados por Daniel Goleman (1995), as principais emoções que geram fluxo de desequilíbrio na dinâmica da personalidade e na tomada de decisão são o Medo, Alegria, Raiva, Tristeza e Amor. Desde o início da carreira do jogador, o treinador deve ficar atento desenvolvimento das emoções antes, durante e depois das partidas de futebol, favorecendo seu desenvolvimento técnico, tático e psicológico-comportamental.

                                                   
                                                      
  Uma competência básica estimulada no ambiente de treinamento de futebol , pelo treinador, é conseguir com seus atletas um nível de auto controle como saber com conter a própria raiva e os impulsos. Essa habilidade exige o desenvolvimento da capacidade de conhecer os próprios sentimentos e o de outros jogadores. Poder controlar os próprios sentimentos é a essência da competência emocional e saber controlar os sentimentos dos outros é a capacidade interpessoal, a essência dos relacionamentos entre treinadores de futebol e jogadores.

                       

  A competência emocional representa, portanto a capacidade de cultivar aptidões do coração e sugere a necessidade de aprender o alfabeto emocional das habilidades pessoais e interpessoais essenciais. A cabeça e o coração no momento dos jogos e campeonatos precisam um dos outro e a neurociência nos alerta a levar a sério as emoções prestando atenção ao aprimoramento da inteligência emocional que está representada nos seguintes pontos:

      Medo: o rosto fica pálido, as mãos frias, e o sangue descem para as pernas, preparando o corpo para a fuga.                 

                                               
                
      Amor: representa o conjunto de reações em todo o corpo capaz de gerar satisfação e facilitar a cooperação.     

                          


      Alegria: essência da felicidade é uma emoção capaz de inibir sentimentos negativos, aumentando a energia, entusiasmo e disposição para a ação.   



                         
                           

        Raiva: os batimentos cardíacos se aceleram, uma onda de hormônio é produzida como a adrenalina que estimula a pulsação, o sangue sobe preparando a pessoa para o ataque.

                               

    Tristeza: os olhos se projetam para baixo, ombros caídos e expressões faciais, corporais e verbais com baixo nível de energia.  
                                         
                           

     Empatia: capacidade de reconhecer as emoções nos outros e que se desenvolve na relação com os jogadores, na elaboração dos objetivos de trabalho para a temporada que se apresenta.
          
                           

    Autoconsciência: estar consciente sobre as próprias emoções, reconhecendo quando os sentimentos ocorrem e representa a pedra fundamental da inteligência emocional. As pessoas que apresentam essa competência, são melhores pilotos em suas carreiras esportivas, reconhecem como se sentem em relação ás decisões pessoais, desde em que clube jogar e que tipo de contrato aceitar, e reconhecem os pensamentos que levam a determinados estados emocional.

   Autocontrole: saber lidar com sentimentos aflitivos ( medo, raiva, tristeza), mantendo o otimismo e perseverança apesar das frustrações, controlar impulsos, saber como reduzir a tensão e regular estados emocionais e saber a diferença entre pensamentos, sentimentos e ações durante a partida de futebol e em todas as relações que o jogador se envolve na carreira esportiva.
   
   Automotivação: capacidade de motivar-se e persistir diante das frustrações, saber como adiar a satisfação e como reprimir a impulsividade que está por trás de todo tipo de realização profissional, seja do treinador ou do próprio atleta. É necessário saber entrar em estado de fluxo, pois possibilita a desempenho excepcional durante o trabalho no futebol.  O treinador com essa habilidade bem desenvolvida tem maior produtividade e eficácia em qualquer momento de seu trabalho, principalmente em momentos difíceis.

  O futebol está cada vez mais competitivo. As áreas chamadas de ciências do esporte, dentre elas a psicologia esportiva, estão cada vez mais desenvolvidas e produzindo informações para os profissionais que atuam nesse segmento chamado futebol, e a inteligência emocional deve ser o primeiro passo para o aprimoramento dos objetivos de trabalho dos grandes treinadores dessa modalidade tão apaixonante que é o futebol.

  FOTOS: MARCELO CAMPOS / MC10
  TEXTO: RAFAEL CAMPOS - COACH e PALESTRANTE
  EMAIL: CAMPOSR75@YAHOO.COM.BR